“O SNS não é mais que a extensão da nossa cidadania e exprime uma genuína preocupação de uns pelos outros.” Saiu esta semana o último de três artigos sobre Políticas de Saúde em 2024, pelo Constantino Sakellarides, da Fundação para a Saúde - SNS no Diário de Notícias.
 
 
👉O Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é uma organização como qualquer outra. Porque incorpora uma dimensão ética, a da inclusão, e outra afetiva, a da pertença - é nosso, património comum dos portugueses.
 
👉É fantasiosa a ideia de que o SNS pode ser substituído por um qualquer “enxerto de Sistema de Saúde”, importado diretamente de um outro país, estruturalmente distante do nosso. O Sistema de Saúde de cada país resulta das especificidades da sua evolução histórica. Não há enxertos milagrosos.
 
👉As “Unidades Locais de Saúde”, recentemente implementadas, não são, maioritariamente, unidades locais.
 
👉 Se lhes for concedida a necessária autonomia de decisão,, esta pode ser uma reforma positiva - por levar decisões significativas para mais perto das pessoas.
 
👉 Mas a soberania de proximidade decide-se “mais abaixo”, nas comunidades locais. Nos centros de saúde e nos hospitais que os apoiam.
 
👉 Sensíveis ao que estas pensam e precisam, aprendendo continuamente com a experiência e seus resultados - elaborando “estratégias locais de Saúde”. Sem esquecer inquéritos sistemáticos sobre a satisfação dos utilizadores do SNS.
 
👉 Os Registos de Saúde Eletrónicos (RSE) foram prometidos há 17 anos. Preveem-se, agora, para daqui a um ano. Boa notícia.
 
👉 Não é suficiente. São indispensáveis “planos individuais de cuidados”, que promovam um “contrato” entre as pessoas e os seus múltiplos cuidadores, continuamente avaliados quanto à realização dos objetivos acordados.
 
👉 Convidam à ativação da lei relativa à Carta para a Participação Pública em Saúde, aprovada pela Assembleia da República em 2019 e esquecida até hoje.
 
👉 Os factos subjacentes a notícias recentes, como “Novas regras atrasam a contratação de médicos”, afetam a efetividade do SNS.
 
👉 Tudo o que seria de evitar. Especialmente quando a prioridade é atrair profissionais para o SNS e melhorar o acesso aos cuidados de saúde.