Missão

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é património de todos os portugueses. Foi prescrito e criado pelas suas instituições representativas. É pago, continuamente, por todos através dos seus impostos. Constitui um dos maiores sucessos da democracia portuguesa.

Muitos portugueses exercem aí as suas profissões e todos necessitam de contar com o SNS para a proteção e promoção da sua saúde.

Por isso, é muito importante que a população portuguesa conheça bem o seu SNS, a sua história, os seus êxitos, dificuldades e aspirações para o futuro. Para que possa colaborar ativamente no seu bom funcionamento, desenvolvimento e modernização.

Esta não é uma tarefa fácil.

O SNS é uma instituição de grande complexidade, que realiza uma missão socialmente sensível e tremendamente exigente. Depende da adequação das políticas de saúde e do seu financiamento, da competência dos seus gestores, da adesão dos profissionais de saúde e do comportamento e satisfação dos seus “proprietários-utilizadores”. O seu espaço na sociedade portuguesa é cobiçado por múltiplos interesses económicos. A sua sustentabilidade é posta frequentemente em causa, por um conjunto de fatores não imediatamente percetíveis pela opinião pública. Muitos desses fatores não têm consequências imediatas, revelam-se mais a prazo.

É necessário pensar o SNS, imediatamente e à distância.

A Fundação para a Saúde – SNS é uma organização de caracter cívico, independente de qualquer poder político ou económico. Tem por missão promover, no seu âmbito de atuação, a salvaguarda e o desenvolvimento de um SNS que sirva o conjunto dos portugueses. E realiza essa missão acompanhando, analisando e divulgando factos relevantes sobre a evolução do SNS, mobilizando a sociedade portuguesa para os conhecer e contribuir para encontrar as soluções mais desejáveis.  

Na atualidade, as circunstâncias políticas, sociais, económicas, financeiras e culturais evoluem rapidamente e de uma forma difícil de prever com alguma antecedência. As instituições sociais experimentam crescentes dificuldade em responder a essas mudanças. As pessoas, mais informadas, querem serviços mais próximos, mais atempados, mais bem-adaptados às suas circunstâncias.  Os profissionais procuram formas de exercício mais flexíveis e compatíveis com as suas expetativas de vida e em condições mais favoráveis. Os mais idosos necessitam de uma maior continuidade e integração de cuidados.  Os mais jovens, respostas oportunas aos novos desafios do nosso tempo.

A realidade flui, inexoravelmente.

Não há uma defesa conservadora eficaz do SNS.

O SNS necessita de mais recursos, mas precisa também de evoluir para que esses recursos sejam bem utilizados.

É preciso, acrescentar, transformando.

E essa transformação necessária, dificilmente terá lugar se não for compreendida, acompanhada, apoiada e sustentada pelo conjunto da população portuguesa.

 

Constantino Sakellarides, Julho de 2022

 
 

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Constantino Sakellarides

ex-Presidente do Conselho de Administração da FSNS