Alexandra Fernandes, membro da Fundação para a Saúde - SNS partilhou nesta entrevista um apelo pela organização de uma solução para os utentes sem médico de família.

Para a médica, não é concebível que haja pessoas sem acesso a um direito considerado universal e, por isso, em 2022, decidiu, com outros profissionais, avançar com a criação da Via Verde Saúde (VVS), no Seixal, que funcionou até final de abril de 2024. Pode ler a entrevista neste link.

Alexandra Fernandes
 
👉“Deveria existir uma resposta temporária e de emergência que facilitasse o acesso a cuidados de saúde de qualidade a quem ainda não tem médico de família, porque estas pessoas estão francamente em desvantagem no acesso à saúde.”
Sendo uma defensora do modelo unidade de saúde familiar (USF), sobretudo modelo B, considera, contudo, que não se pode esquecer quem não tem ainda médico/enfermeiro de família.
 
👉“São estas pessoas que acabam por recorrer mais às urgências hospitalares e a consultas avulsas nas UCSP, como grávidas, crianças, doentes crónicos e pessoas economicamente frágeis”, menciona.
 
👉“Na VVS Seixal conseguimos dar resposta a grávidas e crianças até aos 2 anos, exame global de saúde dos 5 anos, planeamento familiar a todos os casais interessados, acompanhamento de doentes crónicos complexos, renovação de todo o receituário crónico, entre outros cuidados. Nesta Via Verde era possível, também, ter consultas de doença aguda, após triagem e encaminhamento pelo SNS 24, consultas de MGF e teleconsultas sempre que adequado”, recorda.
 
👉“As VVS era apenas uma resposta temporária e de emergência, não substituíam as USF. Este modelo permitiu disponibilizar cuidados de suficiente qualidade e dignidade a quem, no melhor dos cenários, tinha de esperar três a cinco anos para ter uma equipa de saúde familiar.”