Na sequência do 𝐌𝐚𝐧𝐢𝐟𝐞𝐬𝐭𝐨 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐨𝐬 𝐜𝐮𝐢𝐝𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐚𝐮́𝐝𝐞 𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨 - 𝐚 𝐠𝐞𝐬𝐭𝐚̃𝐨 𝐝𝐨 𝐚𝐜𝐞𝐬𝐬𝐨 𝐚 𝐜𝐮𝐢𝐝𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐚𝐮́𝐝𝐞 𝐞𝐦 𝐜𝐚𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐝𝐨𝐞𝐧𝐜̧𝐚 𝐚𝐠𝐮𝐝𝐚, subscrito por 30 personalidades atentas ao futuro do SNS, Patrícia Barbosa e Jose Luís Biscaia, da Fundação para a Saúde, assinam um artigo in Jornal de Notícias.
Nos últimos meses há centros de saúde no país que dizem ter recebido uma "ordem superior", que não se compreende nem foi explicada, que nos obriga a ligar para um profissional distante, sem acesso à nossa informação de saúde e que segue um algoritmo para decidir o nosso destino.
A "Linha SNS 24" não foi criada para substituir as equipas de saúde familiar - JN
"Oferece" teleconsultas, por médicos que desconhecem a nossa informação clínica, ou referencia para Centros de Atendimento Clínico convencionados, pessoas com equipa de saúde familiar e vagas de consulta nas suas Unidades.
A "Linha SNS 24" é útil:
👉 Se atender em tempo adequado nos momentos de alta incidência de doença aguda;
👉 Se for baseada em algoritmos clinicamente validados e partilhados;
👉na organização da resposta aos cidadãos que ainda não têm equipa de saúde familiar.
👉 Contudo, a obrigatoriedade do seu uso para todos está a desestruturar a resposta existente aos cerca de 90% da população que tem uma equipa de saúde familiar, e naturalmente inadequada aos diferentes contextos locais e regionais.
Sugere-se:
📌 Capacitar tecnologicamente (centrais telefónicas digitais);
📌Disponibilizar algoritmos clinicamente validados para utilização por profissionais de saúde não médicos, e sua adaptação local de acordo com contexto geodemográfico e respostas existentes;
📌Investir nos recursos humanos (número, formação, motivação);
📌Criar um serviço de triagem interno na unidade de saúde, que conhece os seus utentes e as suas necessidades;
📌Organizar respostas alternativas e complementares, de seguimento das pessoas sem equipa de saúde familiar;
📌Disponibilizar em tempo real, relatório do acesso centrado nas pessoas.
📣A gestão do acesso aos cuidados de que necessitamos tem de ser feita onde nos conhecem e onde criamos relações de confiança, seja na doença crónica seja na doença aguda.
O Centro de Saúde tem de ocupar a centralidade da discussão das políticas de saúde.