Nos dias 18 e 19 de maio, no Convento de São Francisco em Coimbra, a Fundação para a Saúde - FSNS (FSNS), realizou o seu III Congresso SNS: Património de Todos, que decorreu com o lema: “Gestão descentralizada e participada no Serviço Nacional de Saúde”.

O objetivo fulcral do Congresso foi o de analisar problemas e avançar ideias e propostas para responder aos desafios da modernização do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O programa incluiu um leque diversificado de especialistas, de líderes sociais e de representantes de diversas entidades e focalizou-se em temas estruturantes, como:

  • “Participação dos Cidadãos e Literacia em Saúde”
  • “Inovar a Organização e a Governação do SNS”
  • “Os Serviços Públicos de Saúde em Contexto de Crises”
  • “SNS + Proximidade: Visão Intergeracional e Multiprofissional do Futuro”

Da diversidade e transversalidade de perspetivas e de ideias, bem como do seu entrecruzamento, extraíram-se as linhas que se resumem nos pontos seguintes e que estão mais desenvolvidas no documento com as conclusões do Congresso:

1.Valor que o SNS É - valor que o SNS CRIA

    Mesmo com todas as limitações, o SNS é a melhor coisa que a democracia nos deu.

    Investir no SNS é investir na economia, no desenvolvimento social e no bem-estar de todos. Uma população saudável, com menos iniquidades, com menos sofrimento e incapacidades, com existências mais positivas, torna o país mais competitivo e próspero.

2. Resiliência do SNS e sua projeção no futuro

    O SNS conseguiu manter a sua missão e o sentido da sua existência – essencialmente por vontade dos cidadãos e pela notável dedicação dos seus profissionais.

3. Essência e mandato constitucional do SNS

    O SNS é de todos e para todos, independentemente da condição económica ou social de cada um. É decisivo assegurar a sua sustentabilidade.

    Numa democracia avançada, o papel essencial das políticas públicas é o de contrariar os desequilíbrios e as iniquidades entre grupos, de providenciar a redistribuição de riqueza e atenuar diferenciais de qualidade de vida, saúde e bem-estar dos seus cidadãos. O SNS deu provas de ser um poderoso instrumento neste sentido. Pode não salvar a sociedade portuguesa, mas tem contribuído para a proteger do inferno.

4. Literacia para a saúde e SNS

    A literacia em saúde relacionada como o SNS significa que as pessoas, como seus proprietários e beneficiários, são capazes de se envolver nas decisões relacionadas com a política de saúde, com os serviços de saúde e com a sua saúde pessoal.

5. SNS – “almofada” social que deve ser protegida em situações de crise

    É indispensável criar cultura e disciplina de antecipação e de planeamento de intervenções perante crises e catástrofes, que podem ser de vários tipos e com várias amplitudes sociais.

6. Conjurar ameaças e relançar o SNS

    O SNS é um sistema muito complexo, socialmente muito sensível e com uma elevadíssima tecnicidade intrínseca.

7. SNS – sistema aberto, complexo adaptativo, que requer competências específicas para gerir a mudança

    Uma vez que a sociedade está em fase de grandes transições, os sistemas de saúde necessitam de mudanças transformativas e adaptativas complexas, de larga escala.

8. O desafio da integração de cuidados associa-se às necessidades de:

  1. reorganizar e transformar o SNS e a sua governação;
  2. descentralizar a gestão;
  3. repor e acrescentar meios

    Um dos desafios atuais dos sistemas de saúde, talvez mesmo o principal, é o da integração de cuidados centrada nas pessoas e não nas organizações.

9. Gestão participada e controle social efetivos do SNS

    A participação em saúde passa por envolver o cidadão nas políticas de saúde, na organização e gestão dos serviços de saúde, tal como na sua saúde e tratamento individual, quando for caso disso.

10. Autoestima, confiança e visão de futuro

    Portugal tem condições para ter serviços de saúde de elevada qualidade e preparar-se para a internacionalização. Pode e deve aceitar tornar-se “um serviço para o mundo” - alargar as suas fronteiras, e reorganizar-se com determinação e rigor para tal.

11. “SNS + Proximidade”

    Portal do SNS – transformação digital - Integração de cuidados e cidadania em saúde

    Hoje, existem condições e meios para aumentar a transparência e a partilha de informação em saúde, bem como para desenvolver uma estratégia de comunicação sobre como navegar no SNS.

12. Missão emergente para todos: reorganizar, reconstruir e modernizar o SNS

    É possível ter um SNS melhor, com melhor organização e gestão, com mais recursos e melhores cuidados de saúde.

    É possível fazer convergir vontades, iniciativas, investimento para proteger e transformar o SNS – modernizando-o, dotando-o de uma governação adequada, tornando-o mais coeso, integrado, adaptativo, eficaz e eficiente. Um serviço público universal, património de todos, de que todos se orgulhem e para o qual todos contribuam na medida das suas possibilidades.

Conclusões - Resumo

Conclusões

III Congresso SNS Património de Todos – 2018 Coimbra

 

Integração de cuidados centrados na pessoa   Redes de proximidade, continuidade e coerência de cuidados   Redes de proximidade, continuidade e coerência de cuidados   Redes de proximidade, continuidade e coerência de cuidados
O futuro começa hoje - Lendo e musicando - António Arnault   Entrevista Maria de Belém Roseira   Entrevista Victor Ramos   Entrevista Constantino Sakellarides
             
Profissões e profissionais de saúde do SNS   Reforçar e transformar o SNS como um todo   Reforçar e transformar o SNS como um todo    
Entrevista José Aranda da Silva   Entrevista José Carlos Santos   III Congresso SNS - Resumo