Profissões e profissionais de saúde

VI - Profissões e profissionais de saúde

Artigo Diário de Notícias | Podcast | VideoCast

Haverá que conjugar as preferências dos profissionais em termos das diferentes modalidades de adesão ao SNS (dedicação exclusiva, contratos em tempo parcial, modalidades flexíveis de colaboração, mobilidade entre serviços), com as necessidades objetivas dos serviços.

Os profissionais têm sido os principais pilares da resistência e resiliência do SNS, mesmo na situação de fragilidade em que este foi colocado. Merecem ser reconhecidos, acarinhados e valorizados. Tal inclui: condições e horários de trabalho; formação, evolução, progressão nas carreiras e projeto profissional; inserção em equipas dinâmicas e estimulantes, com autonomia e responsabilidade; clima e cultura organizacionais motivadoras das instituições; sistemas retributivos justos, com várias componentes, sensíveis à carga e complexidade do trabalho e aos resultados de saúde.

Requisitos essenciais

  • uma política para as profissões em vez de negociar a "exclusividade" dos profissionais, e/ou negociar o desempenho dos profissionais sem ter em conta os serviços e as unidades em que se enquadram;
  • procedimentos que assegurem compromissos e autonomia para um bom desempenho, em vez de negociar a autonomia per si dos hospitais;
  • projeto capaz de congregar uma ampla base social de apoio para desenvolver o SNS em vez de negociar medidas avulsas são exemplos do modelo simplista, imediatista e inconsequente, a que deve ser posto cobro.
  • Nestas matérias, a inércia das autoridades responsáveis tem sido notória. A fuga de profissionais diferenciados do SNS é um fenómeno visível há bem mais de uma década. Indicia que o sistema de governação não tem sensores para captar o grau de inquietação profissional no interior do SNS, nem aquilo que se passa à sua volta. Por exemplo, um hospital privado esteve em construção algures, durante alguns anos. Toda a gente sabe. Também se sabe que quando aquele hospital abrir vai buscar os profissionais de que precisa ao SNS daquela região. E, contudo, o hospital abre, os profissionais saem como previsto e, no entanto, os decisores públicos parecem surpreendidos com a notícia.

É urgente uma política para as profissões de saúde do SNS, que contemple as várias dimensões do seu exercício. E não uma só, como, por exemplo, a ocupação exclusiva ou prolongada. Essa política deve contemplar a evolução das expectativas dos próprios profissionais – onde e em quê querem exercer, em tempo completo ou parcial. Sem isso, lugares nos concursos abertos continuarão a ficar sem preencher. relações de proximidade.